BODÓ

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sem ver o filho, o vendedor Paulo Buarque, 22 anos, desaparecido desde a última terça-feira, o funcionário público Rúbens Antônio Buarque, 48, faz um desabafo de sua angústia: "ele está perdido e começo a me sentir perdido também". Segundo o pai, o jovem não foi visto desde que fora abrir uma conta em uma agência bancária da Zona Leste de Natal. Além de não abrir a conta, o vendedor ainda sacou uma quantia de dinheiro e desapareceu. O carro da vítima foi encontrado abandonado no bairro de Capim Macio, Zona Sul da capital, por volta da 1h da madrugada da quarta. Nenhum contato foi feito com a família desde então, nem mesmo um pedido de resgate. A polícia acredita que o jovem tenha sido vítima de um sequestro relâmpago que acabou se transformando em algo mais sério.



Rúbens Buarque conta que o filho fora almoçar com a noiva, na manhã da terça, em um restaurante da Zona Sul de Natal e, em seguida, por volta das 12h50, a deixou no local de trabalho, uma clínica no bairrode Petrópolis, Zona Leste. Logo após, ele iria abrir uma conta salário em uma agência bancária, cuja localização foi preservada para não atrapalhar as investigações. O procedimento foi pedido pela empresa onde trabalha. No entanto, segundo o pai da vítima, ele não fez o que planejava. Ao invés disso, sacou uma quantia de dinheiro da conta de sua noiva, cujo valor também foi preservado, por volta das 13h15.

Paulo Buarque não foi mais visto desde então. Segundo o funcionário público, horas depois, já na madrugada da quarta, ele recebeu uma ligação, informando que o carro de seu filho, uma GM Montana preta, tinha sido encontrada abandonada na Rua Industrial João Mota, no bairro de Capim Macio. Rúbens Buarque revela que notou a falta dos aparelhos de GPS e toca CD. Os documentos, porém, estavam no veículo. O carro então foi encaminhado à sede da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), para ser perciada.

O pai de Paulo acredita que o filho possa ter sido forçado a realizar osaque registrado, uma vez que possuía consigo, em dinheiro, o valor da prestação de seu veículo. Ele teria de pagar a conta no dia em que desapareceu, pois era a data de vencimento. Para Rúbens, o filho estaria sendo vítima de sequestro. Contudo, ele afirma que não houve contato com a família. Segundo o funcionário público, o filho não comentou sobre qualquer dívida que tivesse, o que levaria à suspeita de acerto de contas. "Ele tinha um caderno com tudo o que tinha para pagar, principalmente porque estava para casar".

Investigações

Na manhã de ontem, Rúbens Buarque foi prestar queixa na Delegacia Especializada de Capturas (Decap), chefiada pelo delegado Maurílio Pinto. O delegado acredita que, pela circuntâncias, o jovem tenha sido alvo de sequestro relâmpago. "A princípio, os bandidos talvez tenham raptado o rapaz para que ele efetuasse esse saque. O que pode ter ocorrido depois é algum tipo de reação por parte da vítima e os criminosos tenham partido para algo mais grave, como a execução. Esperamos, porém, que possamos encontrá-lo vivo". Maurílio também vai receber o apoio da Deicor. Segundo o pai da vítima, a polícia procurou a agência onde foi feita o saque em busca das gravações do circuito interno de câmeras. "Mas a imagem não era muito boa e não ajudou muito".

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