Depois de criar o Instituto Padre João Maria e organizar o Abrigo Juvino Barreto, em 1943, Aluízio Alves partiu para uma iniciativa maior: criou a Escola de Serviço Social.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o jornalista realizou o grande feito de entrevistar, com ajuda de um intérprete, Eleanor Roosevelt, que veio a Natal em campanha para eleger seu marido, Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos.
Nesse período, Aluízio Alves tinha dois programas radiofônicos. Aos domingos, levava ao ar "Glórias do Brasil", com o objetivo de mobilizar a opinião pública a favor dos aliados. O outro, chamado 'Ave Maria', era diário e começava às 6 horas.
O Serviço de Proteção ao Menor se estendeu ao interior e, com a ajuda dos bispos de Caicó e de Mossoró, chegou a reunir mais de 10.000 menores, em regime de semi-internato.
No governo do interventor general Dantas, Aluízio Alves foi o diretor do SERAS, instituição por ele organizada.
Aos 23 anos, Aluízio foi eleito deputado federal, sendo o mais moço da Assembléia Nacional Constituinte, em 1946, causando sensação no Rio de Janeiro, por ser apenas não o mais jovem, mas também o único deputado que era estudante. O artigo da Constituição de 1946 sobre assistência aos menores e à maternidade é de sua autoria.
Reeleito deputado federal nos anos de 1950, 1954 e 1958, foi o responsável pela criação do programa de Crédito de Emergência, para o período de seca no Nordeste. E no ano de 1960 foi eleito governador, por maioria absoluta.
Deixando o governo, continuou fazendo política, conseguindo expressivos resultados. Elegeu o seu sucessor, monsenhor Walfredo Gurgel, com 54% dos votos, e seu irmão, Agnelo Alves, chegava à prefeitura de Natal, com 61% dos votos.
Com o golpe militar de 1964, os partidos (PSD, UDN, etc) foram extintos. Em seu lugar foram criados dois novos partidos: ARENA e PMDB.
Aluízio Alves voltou à Câmara Federal em 1966, quando obteve 60.000 votos.
Em 1969, a grande frustração: foi cassado pelo Ato Institucional nº 5. Afastado oficialmente da vida política, reagiu, fazendo com que seus aliados mais fiéis se transferissem para o MDB.
Em 1970, Odilon Ribeiro Coutinho perdeu a eleição para o Senado. O vitorioso foi Dinarte Mariz. Henrique Alves, filho de Aluízio, foi eleito deputado federal, com grande votação.
Um marco na vida de Aluízio Alves, em sua profissão de jornalista, foi quando fundou, juntamente com Carlos Lacerda, o jornal "Tribuna da Imprensa", no Rio de Janeiro.
Lacerda assumiu a direção e Aluízio, o cargo de redator-chefe. Quando Carlos Lacerda partiu para o exílio, depois da eleição de Juscelino Kubistchek, Aluízio assumiu a direção geral do órgão de imprensa.
Outra importante iniciativa nessa área é a fundação, no dia 24 de março de 1950, em Natal, da "Tribuna do Norte", empresa em que seu fundador exerceu a direção. Posteriormente, adquiriu a Rádio Cabugi. Surgia, assim, o Sistema Cabugi de Comunicações que, na atualidade, é formado pela Tribuna do Norte, TV Cabugi, Rádio Cabugi AM, Rádio Difusa de Mossoró, Rádio Cabugi do Seridó e líder FM, de Parnamirim.
Cassado de seus direitos políticos, Aluízio Alves investiu em sua carreira de empresário, fundando, no Rio de Janeiro, a Editora Nosso Tempo. É assim que ele resume a sua atuação como empreendedor: "diretor industrial de um grupo empresarial, construindo no Rio Grande do Norte a primeira indústria de cartonagem: uma grande indústria de confecções, a Sparta; a primeira e até agora única fábrica de tecidos, a Seridó, depois, Coteminas; o Hotel Ducal Palace, na época, entre os três melhores do Nordeste. No Sul, era presidente de indústrias e de duas grandes empresas comerciais do mesmo grupo, com mais de 100 lojas em São Paulo, Rio e Minas".
Como escritor, Aluízio Alves publicou alguns livros, entre eles "Angicos" (em 1997 foi lançada a 2ª edição, pela Fundação José Augusto), "A Primeira Campanha Popular do Rio Grande do Norte", "Sem ódio e sem medo". A verdade que não é secreta etc.
No dia 16 de agosto de 1992, Aluízio Alves tomou posse na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em solenidade realizada após 17 anos de eleição no Salão dos Grandes Atos, da Fundação José Augusto. Foi saudado pelo acadêmico Mário Moacyr Porto, que encerrou o seu discurso com as seguintes palavras: "Ingressai nesta casa de homens de letras, senho acadêmico Aluízio Alves, pela porta larga do talento. Não se aplica à V. Excia, o apelido de imortal por adulação estatutária, mas de quem alcançará, pelos seus feitos, um lugar destacado na admiração dos pós-terros. Sede bem-vindo".
Aluízio, num longo discurso, lembrou importantes fases de sua vida na suas diversas facetas: jornalista, político e escritor. E suas grandes amizades, como, por exemplo, a de Hélio Galvão. Confessou que "jamais foi minha ambição pessoal chegar à Academia".
Concluido, disse: "E por isso, diante de todos, posso repetir, quando 72 anos tentam inutilmente reduzir-me o ânimo, e apagar, na noite das vicissitudes, a chama da esperança, uma palavra que, numa hora difícil se tornou meu apelo e meu caminho: "a luta continua".
Aluízio Alves foi também ministro de Estado por duas vezes: ministro de Administração do governo de José Sarney e, por sete meses, ocupou como titular o Ministério da Integração Regional, no governo Itamar Franco, quando elaborou o Projeto de Transposição das águas do São Francisco, beneficiando os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e da Paraíba.