BODÓ

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domingo, 4 de julho de 2010

HOMENAGEM AO SAUDOSO ALUISIO ALVES; ALUISIO PASSOU MAS SUA HISTÓRIA FICOU


  • Depois de criar o Instituto Padre João Maria e organizar o Abrigo Juvino Barreto, em 1943, Aluízio Alves partiu para uma iniciativa maior: criou a Escola de Serviço Social.

  • Durante a Segunda Guerra Mundial, o jornalista realizou o grande feito de entrevistar, com ajuda de um intérprete, Eleanor Roosevelt, que veio a Natal em campanha para eleger seu marido, Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos.

  • Nesse período, Aluízio Alves tinha dois programas radiofônicos. Aos domingos, levava ao ar "Glórias do Brasil", com o objetivo de mobilizar a opinião pública a favor dos aliados. O outro, chamado 'Ave Maria', era diário e começava às 6 horas.

  • O Serviço de Proteção ao Menor se estendeu ao interior e, com a ajuda dos bispos de Caicó e de Mossoró, chegou a reunir mais de 10.000 menores, em regime de semi-internato.
    No governo do interventor general Dantas, Aluízio Alves foi o diretor do SERAS, instituição por ele organizada.

  • Aos 23 anos, Aluízio foi eleito deputado federal, sendo o mais moço da Assembléia Nacional Constituinte, em 1946, causando sensação no Rio de Janeiro, por ser apenas não o mais jovem, mas também o único deputado que era estudante. O artigo da Constituição de 1946 sobre assistência aos menores e à maternidade é de sua autoria.

  • Reeleito deputado federal nos anos de 1950, 1954 e 1958, foi o responsável pela criação do programa de Crédito de Emergência, para o período de seca no Nordeste. E no ano de 1960 foi eleito governador, por maioria absoluta.

  • Deixando o governo, continuou fazendo política, conseguindo expressivos resultados. Elegeu o seu sucessor, monsenhor Walfredo Gurgel, com 54% dos votos, e seu irmão, Agnelo Alves, chegava à prefeitura de Natal, com 61% dos votos.

  • Com o golpe militar de 1964, os partidos (PSD, UDN, etc) foram extintos. Em seu lugar foram criados dois novos partidos: ARENA e PMDB.

  • Aluízio Alves voltou à Câmara Federal em 1966, quando obteve 60.000 votos.
    Em 1969, a grande frustração: foi cassado pelo Ato Institucional nº 5. Afastado oficialmente da vida política, reagiu, fazendo com que seus aliados mais fiéis se transferissem para o MDB.

  • Em 1970, Odilon Ribeiro Coutinho perdeu a eleição para o Senado. O vitorioso foi Dinarte Mariz. Henrique Alves, filho de Aluízio, foi eleito deputado federal, com grande votação.

  • Um marco na vida de Aluízio Alves, em sua profissão de jornalista, foi quando fundou, juntamente com Carlos Lacerda, o jornal "Tribuna da Imprensa", no Rio de Janeiro.
  • Lacerda assumiu a direção e Aluízio, o cargo de redator-chefe. Quando Carlos Lacerda partiu para o exílio, depois da eleição de Juscelino Kubistchek, Aluízio assumiu a direção geral do órgão de imprensa.

  • Outra importante iniciativa nessa área é a fundação, no dia 24 de março de 1950, em Natal, da "Tribuna do Norte", empresa em que seu fundador exerceu a direção. Posteriormente, adquiriu a Rádio Cabugi. Surgia, assim, o Sistema Cabugi de Comunicações que, na atualidade, é formado pela Tribuna do Norte, TV Cabugi, Rádio Cabugi AM, Rádio Difusa de Mossoró, Rádio Cabugi do Seridó e líder FM, de Parnamirim.

  • Cassado de seus direitos políticos, Aluízio Alves investiu em sua carreira de empresário, fundando, no Rio de Janeiro, a Editora Nosso Tempo. É assim que ele resume a sua atuação como empreendedor: "diretor industrial de um grupo empresarial, construindo no Rio Grande do Norte a primeira indústria de cartonagem: uma grande indústria de confecções, a Sparta; a primeira e até agora única fábrica de tecidos, a Seridó, depois, Coteminas; o Hotel Ducal Palace, na época, entre os três melhores do Nordeste. No Sul, era presidente de indústrias e de duas grandes empresas comerciais do mesmo grupo, com mais de 100 lojas em São Paulo, Rio e Minas".

  • Como escritor, Aluízio Alves publicou alguns livros, entre eles "Angicos" (em 1997 foi lançada a 2ª edição, pela Fundação José Augusto), "A Primeira Campanha Popular do Rio Grande do Norte", "Sem ódio e sem medo". A verdade que não é secreta etc.

  • No dia 16 de agosto de 1992, Aluízio Alves tomou posse na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em solenidade realizada após 17 anos de eleição no Salão dos Grandes Atos, da Fundação José Augusto. Foi saudado pelo acadêmico Mário Moacyr Porto, que encerrou o seu discurso com as seguintes palavras: "Ingressai nesta casa de homens de letras, senho acadêmico Aluízio Alves, pela porta larga do talento. Não se aplica à V. Excia, o apelido de imortal por adulação estatutária, mas de quem alcançará, pelos seus feitos, um lugar destacado na admiração dos pós-terros. Sede bem-vindo".

  • Aluízio, num longo discurso, lembrou importantes fases de sua vida na suas diversas facetas: jornalista, político e escritor. E suas grandes amizades, como, por exemplo, a de Hélio Galvão. Confessou que "jamais foi minha ambição pessoal chegar à Academia".
    Concluido, disse: "E por isso, diante de todos, posso repetir, quando 72 anos tentam inutilmente reduzir-me o ânimo, e apagar, na noite das vicissitudes, a chama da esperança, uma palavra que, numa hora difícil se tornou meu apelo e meu caminho: "a luta continua".

  • Aluízio Alves foi também ministro de Estado por duas vezes: ministro de Administração do governo de José Sarney e, por sete meses, ocupou como titular o Ministério da Integração Regional, no governo Itamar Franco, quando elaborou o Projeto de Transposição das águas do São Francisco, beneficiando os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e da Paraíba.